SIMULADOR DE NEGÓCIOS OU SIMULAÇÃO EMPRESARIAL
Consiste em um exercício seqüencial de decisão, estruturado sobre um modelo de operação empresarial, em que os participantes assumem o papel de gerentes das empresas, mediante a utilização de um software específico.
Consiste na simulação de funcionamento de empresas, produzindo e comercializando o mesmo produto em um mercado altamente competitivo.
As equipes representam as diretorias das empresas e serão responsáveis pelas decisões envolvendo as suas diversas áreas.
O objetivo dO SIMULADOR DE NEGÓCIOS é, portanto, desenvolver habilidades empresariais aos participantes nas áreas de :
Os principais benefícios da simulação empresarial para o aprendizado das equipes, são:
Os resultados da simulação empresarial são determinados pelas interações entre e dentro das equipes participantes. Desenrola-se no contexto da conjuntura econômica que se encontra modelada no computador.
Muito embora o modelo seja basicamente determinístico, os resultados também estarão sujeitos à incerteza uma vez que, "variações ao acaso", e mesmo "a sorte", estarão presentes na simulação, introduzidas tanto pelos participantes quanto pelo fato do sistema usar tabela de números aleatórios na construção dos cenários econômicos..
No jogo os participantes se defrontarão com informações relevantes a respeito da inflação, variações sazonais da demanda e das condições gerais da economia e para obter um bom desempenho, tais informações deverão ser avaliadas com inteligência e tirocínio ao se tomar as decisões relativas às operações da firma.
O presente Jogo de Empresas procura reproduzir a sistemática utilizada para a tributação do lucro. Alguns aspectos importantes do Imposto de Renda são introduzidos na simulação, tais como a possibilidade de se adquirir incentivo para novos investimentos e a utilização da depreciação acelerada..
Desta forma, as etapas a serem realizadas pelos participantes compreendem :
1 . Entendimento dos processos da empresa simulada
Por esta razão o capítulo 2 descreverá a empresa e o seu modo de operação. Como não se necessita memorizar nenhum tipo de informação para a realização da simulação, este manual deverá ser consultado durante todo o tempo, sendo a única referência bibliográfica necessária para a continuação dos trabalhos;
2 . Uso da planilha de apoio à decisão
Antes de tomar uma decisão, é necessário que a equipe simule o efeito que a mesma trará para a empresa. Isto é feito mediante o uso da Planilha de Apoio à Decisão (PAD) , disponibilizada para todos os participantes. É através desse instrumento que os mesmos farão o planejamento financeiro e terão condições de reavaliar as decisões tomadas. No capítulo 3 é realizado um exercício simulado para a utilização prática da planilha em um período.
3 . Tomada de decisão
Após analisar e eventualmente rever as decisões tomadas, as equipes entregam as decisões definitivas para serem processadas no software de simulação empresarial. A saída deste programa é o resultado referente ao desempenho da empresa, baseado nas decisões tomadas por todos os participantes.
As Decisões
Cada equipe administra sua empresa tomando as seguintes decisões trimestrais:
- Preço do Produto;
- Despesa de Marketing;
- Despesa de Manutenção;
- Investimento em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D);
- Volume de produção;
- Investimento em capacidade produtiva;
- Compra de matéria-prima;
- Distribuição de dividendos;
- Outras despesas
Relatórios Gerenciais
Uma vez tomadas às decisões por todas as equipes, o administrador da simulação se encarregará de dar entrada no computador. Estas decisões, junto com os dados históricos da empresa, constituirão os dados de entrada do programa.
O software simula as operações da indústria e produzirá, como resultado do processamento dois relatórios (cujos modelos são apresentados no Anexo 1), a seguir descritos:
Relatório da Empresa
Apresenta informações voltadas especificamente para cada empresa, tais como participação de mercado, estoque de produtos, capacidade produtiva, potencial de crescimento, fluxo de caixa etc.
Relatório de Mercado
Contem informações a respeito dos concorrentes , indicadores macroeconômicos utilizados na simulação e posição da empresa em relação ao mercado . Algumas informações financeiras das empresas, contempladas nas demonstrações contábeis formais, são reproduzidas para conhecimento de todos os participantes
Após o processamento de um dado período, o coordenador da simulação fornecerá as previsões trimestrais do Indice de Atividade Econômica (IAE) – responsável pelas variações nas condições gerais da economia ,ou seja, as expansões e contrações do ciclo econômico – como também previsões da taxa de inflação, dos juros básicos da economia e da variação sazonal. Essas previsões são fornecidas através de um jornal econômico (cujo modelo encontra-se também apresentado no Anexo 1), o qual também fornecerá notícias relacionadas com a simulação, empresas, mercado e economia, constituindo-se no canal formal de comunicação entre o coordenador da simulação e os participantes.
Finalmente, deve ser lembrado que o período adotado neste jogo de empresas é o trimestre. Significa que todos os parâmetros associados à simulação devem se voltar para esta periodicidade. Assim, por exemplo, ao se conhecer o valor de uma taxa de juros anual, deve-se proceder à conversão para um valor trimestral, a fim de que a taxa possa ser utilizada como parâmetro no trimestre.
O presente Jogo de Empresas procura demonstrar para os participantes a necessidade de se proceder a um eficiente processo de orçamento empresarial, a fim de atingir os melhores resultados. Logo, neste exercício, a tomada de decisões será sempre precedida da realização de um planejamento trimestral, não apenas como forma de auxiliar a aprendizagem na elaboração do orçamento empresarial, como principalmente com a intenção de mostrar aos participantes o benefício que tal processo traz para os resultados de uma empresa.
No presente caso, a empresa simulada é uma indústria de pequeno porte, caracterizada como uma sociedade anônima de capital fechado responsável pela moldagem de chapas de alumínio. Os detalhes a respeito da firma considerada serão apresentados no capítulo seguinte.
Sugere-se que cada empresa seja representada por equipe de até quatro participantes. Cada membro da equipe deve ter uma função na administração da mesma. Assim, a divisão das tarefas pode se orientar para a gestão comercial, área de produção , bem como para as finanças, devendo haver o rodízio entre os participantes com o intuito de proporcionar maior aproveitamento ao exercício . Em uma situação ideal, tal simulação empresarial deverá ser aplicada a alunos com um conhecimento mínimo da administração de uma empresa, bem como dos impactos sofridos pelas mesmas , resultantes do ambiente macroeconômico.
As equipes representam as diretorias das empresas e a condução de todo o processo fica a cargo do instrutor (coordenador) , o qual será o responsável pela definição das variáveis macroeconômicas, condução do processo e eventual prestação de consultorias.
A simulação inicia com a distribuição de 2 relatórios - Relatório da Empresa e Relatório de Mercado - e do jornal intitulado Gazeta Econômica. No primeiro trimestre os relatórios empresariais são idênticos para todas as empresas, que partem, portanto, de uma mesma situação inicial.
Os relatórios e o jornal são os principais instrumentos para que as empresas tomem decisões para o próximo trimestre. Após todas realizarem os seus orçamentos, simularem os resultados previstos e enviarem os resultados, estes últimos, juntamente com os parâmetros criados pelo coordenador, são introduzidos no software simulador, que os processa , gerando relatórios referentes ao período que passou , assim como uma nova edição do jornal com os cenários futuros , os quais permitirão mais uma rodada de tomada de decisões. Esta dinâmica se repete de modo que durante a simulação possam ser simulados vários trimestres da administração de uma empresa industrial.
Questões:
1) Como se dá a dinâmica da simulação empresarial?
2) Quem determina os aspectos macroeconômicos da simulação e como são repassadas as informações macroeconômicas para as empresas?
3) Quais são os relatórios distribuídos e as respectivas informações contidas neles?
4) A simulação é dividida
5) Quais os pontos fortes e fracos do uso dos Jogos de Empresas para o aprendizado do processo de orçamento empresarial ?
6) Por que é importante fazer o orçamento empresarial antes de tomar as decisões empresariais?
7) Por quantas vezes o processo de planejamento, análise de resultados e tomada de decisão deve ser repetido em cada período ?
A tarefa das diretorias das empresas (representadas pelas equipes participantes) consiste em empregar os recursos de sua companhia (caixa, fábrica, empregados, estoques, etc.) de forma a maximizar a taxa de retorno sobre o capital investido na companhia (Patrimônio Líquido).
O esforço para aumentar as vendas deve ser considerado à luz dos custos e despesas correspondentes, envolvendo, portanto, o trade-off entre o lucro e itens como despesas com marketing, capacidade instalada e volume de produção. Os programas de investimentos e pagamento de dividendos devem ser compatibilizados com os fundos disponíveis. Todos estes fatores precisam ser equacionados face a uma concorrência e uma economia em dinâmica evolução. A ênfase na necessidade de planejar fica patenteada pelo fato de que decisões integradas e sistemáticas geralmente produzem resultados superiores aos de decisões pontuais.
As informações constantes dos próximos parágrafos serão úteis na elaboração dos planos de ação.
A Empresa
Consiste de uma pequena sociedade anônima (SA) industrial de capital fechado voltada à modelagem de placas de alumínio. A empresa recebe as placas já cortadas dos seus fornecedores e apenas realiza a modelagem das mesmas. Sua aplicação pode ser vista em adesivos metálicos usados em automóveis, placas gravadas com números de chassis, motores, implementos agrícolas, etc.
O produto fabricado é uma peça moldada em alumínio, cuja forma depende da encomenda específica. O produto final resulta do processamento de uma lâmina de alumínio de
Como a empresa dispõe de equipamento de modelagem, corte e acabamento, não há diferenças significativas de preços para dar formas diversas às lâminas. Isto é fruto de uma política de modernização realizada há algum tempo, que permitiu à fábrica cobrar preço único. A empresa também exporta os seus produtos e opera em um ambiente altamente competitivo, haja vista a excessiva quantidade de pequenas fábricas processadoras de alumínio na região.
O Mercado
O mercado potencial total é afetado por fatores econômicos globais, tais como o nível geral da atividade econômica, inflação, flutuações estacionais, bem como pelo conjunto das políticas empresariais envolvendo decisões de preço, gastos com marketing e pesquisa e desenvolvimento (P&D). A elasticidade-preço varia diretamente com a taxa de inflação, isto é, os consumidores resistem em comprar por um preço que se eleve tão rapidamente quanto o Índice Geral de Preços. Entretanto, os custos unitários deste processamento variam na mesma proporção que o IGP.
A participação de cada firma na demanda de mercado é determinada primariamente pela relação entre as suas políticas de preço e marketing e as das demais firmas.
A distribuição ao consumidor final se faz de duas maneiras:
Para o mercado externo a distribuição é feita através de importadores locais.
O consumidor final é bastante sensível aos diferenciais de preços observados no varejo, fazendo com que os distribuidores sejam sensíveis às diferenças de preços entre os fabricantes.
A demanda também é bastante influenciada pelo esforço de marketing e pelas melhorias no produto decorrentes dos gastos em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D). A verba de marketing serve para cobrir, fundamentalmente as despesas diretas de vendas tais como propaganda, salário e comissão de vendedores. Tais gastos têm um efeito relativamente intenso no trimestre em que são efetuados e efeitos progressivamente menores nos trimestres subseqüentes.
Como seria de esperar, os gastos com P&D tem efeito pequeno no trimestre em que são efetuados, mas um forte efeito cumulativo nos períodos posteriores.
Custos Operacionais
A produção abaixo ou ao nível da capacidade instalada se faz a custos próximos ao custo-padrão. Consegue-se reduções modestas nesse custo com um vigoroso programa de pesquisa e desenvolvimento. Investimentos inadequados de manutenção acarretam aumento nos custos unitários de fabricação.
Pode-se programar volumes de produção superiores à capacidade instalada até um máximo de 50% acima da mesma, mas, neste caso, o valor da mão-de-obra direta referente às correspondentes horas-extras deverá ser pago com acréscimo de 50% sobre seu custo original. Ademais, isto acarretará algum acréscimo nas despesas administrativas..
Normalmente os gastos mais onerosos e que não são decididos pela equipe são os custos fixos indiretos e aqueles que, como a depreciação, dependem do valor contábil do complexo produtivo (fábricas, máquinas, equipamentos, instalações, etc.). Os dispêndios com Marketing, P&D e Manutenção são computados pelos valores destinados a esses itens pelas próprias equipes.
A Despesa de Manutenção, tal como os gastos com Marketing, afetam o desempenho da empresa nos trimestres subseqüentes à sua efetivação como desembolso de caixa. Para que a operação se dê em níveis satisfatórios, é necessário adequar a verba para manutenção com a produção programada. Como as despesas com manutenção estão associadas aos volumes de produção programados, é importante que as equipes se certifiquem de que o estoque disponível de matéria-prima é suficiente para a produção programada. O gasto com manutenção varia a uma taxa ligeiramente superior à da variação do Índice Geral de Preços (IGP).
Devido aos custos fixos, volumes de produção maiores tendem a apresentar uma moderada vantagem do ponto-de-vista de custo unitário, embora não se devendo desconsiderar o crescimento dos custos diretamente proporcionais às quantidades produzidas. Assim, a equipe deve analisar as necessidades da empresa com a devida parcimônia, ao decidir empreender um programa muito ambicioso de expansão da capacidade de produção.
A produção em escala inferior ao potencial do mercado resulta em perdas representadas pelas vendas não efetuadas, mas não implicará em custos adicionais. Os concorrentes podem capturar parte da demanda não atendida pela empresa mas, mantendo-se a mesma situação concorrencial, cerca de 50% dos clientes de uma empresa, cujos pedidos não puderam ser atendidos por esse motivo, renovarão seus pedidos no trimestre seguinte.
A super-produção gera estoques excessivos e, em conseqüência, custos de estocagem exagerados. A matéria-prima tem de ser encomendada com um trimestre de antecedência, pelo menos. Ou seja, um volume suficiente de matéria-prima tem de estar a disposição da produção no início do trimestre para poder suprir a produção programada para o período. A cada vez que se emite um pedido de compra de matérias-primas, incorre-se num custo de emissão de pedidos que pode ser confrontado com o custo que se incorre por estocar matérias-primas acima ou abaixo das necessidades reais para o trimestre
Da mesma forma que o custo de emissão de pedidos e o custo de estocagem (tanto da matéria-prima como dos produtos acabados), as despesas administrativas variam a uma taxa ligeiramente inferior à variação do IGP. Desta forma, é conveniente que as equipes mantenham uma previsão atualizada do custo da mão-de-obra direta, reajustando-o de forma proporcional à variação ocorrida no IGP do trimestre precedente.
Expansão da Planta
A rubrica Fábrica e Equipamentos é depreciada a uma taxa de 2,5% ao trimestre e essa depreciação se reflete imediatamente na capacidade de produção, reduzindo-a. Desta forma, consegue-se a contração da capacidade produtiva apenas deixando que a depreciação consuma as instalações. Para manter a capacidade num dado nível é, pois, necessário reinvestir capital nas instalações, de acordo com a redução pela depreciação. Se o coordenador da simulação comunicar que está em vigor o regime da depreciação acelerada, a taxa de depreciação se eleva para 3,125% do valor contábil do ativo permanente, mas a capacidade instalada continuará a contrair-se à razão de 2,5% por trimestre.
Desconsiderando a inflação, a capacidade de produção das instalações pode ser aumentada investindo-se cerca de R$ 20,00 por unidade adicional que se deseja produzir. Isto, contudo, só se torna efetivo depois de satisfeita a necessidade de novos investimentos para compensar a depreciação. Havendo inflação, o investimento unitário exigido para expandir a capacidade cresce a uma taxa superior à do IGP.
As despesas associadas ao aumento da capacidade produtiva são pouco significativas quando a expansão pretendida for moderada, mas tornam-se substanciais quando somas muito elevadas são investidas de uma só vez e crescem rapidamente com o volume de investimentos. Tais despesas representam um ônus pecuniário imposto aos programas de expansão que deteriorem a posição de caixa ou aos comportamentos erráticos em termos dos programas de longo prazo que caracterizam muitas decisões de construção de fábricas. As aquisições de capacidade produtiva, feitas num dado trimestre, só estarão à disposição da produção no trimestre seguinte.
Finanças
Quando a conta Caixa, componente do Ativo Circulante, cai abaixo de zero, incorre-se em despesas relativas à negociação de empréstimos, juros, comissões, etc. Neste caso entra em cena um empréstimo especial que evita o saldo negativo , mas que implica no pagamento de elevada quantia de juros, cuja taxa é função da situação econômica do período. Tais despesas financeiras são relativamente baixas em se tratando de déficits pequenos. Contudo, se o déficit cresce, as despesas do financiamento sobem a centenas de milhares de unidades monetárias por trimestre deficitário. Na vida real as piores conseqüências da má posição de caixa são representadas pelo custo das oportunidades perdidas tais como descontos de compras, preços momentaneamente baixos de imóveis, equipamentos ou matérias-primas. O custo das oportunidades perdidas, em geral, supera o custo da operação de financiamento propriamente dita. Quando o déficit de caixa atinge proporções elevadas, a firma pode ser, além disso, forçada a liquidar itens do seu Ativo com grandes prejuízos.
Nesta simulação, se o déficit de caixa superar R$3.000.000,00, a companhia será considerada insolvente e imediatamente declarada falida.
Metas
A maximização da taxa de retorno sobre o Patrimônio Líquido (PL) inicial é a meta recomendada às equipes participantes. Para atingir este objetivo, as diferentes equipes podem tomar diferentes caminhos: uma pode concentrar-se no crescimento e acumulação do PL mantendo os fundos na empresa como garantia contra situações desfavoráveis., enquanto outra pode concentrar-se na manutenção de um fluxo de dividendos contínuo, firme e elevado.
Ao se iniciar o Jogo de Empresas, cada equipe deverá determinar que curso de ação deseja seguir e através de que políticas e planos gerais pretende fazê-lo. Na medida em que a simulação se desenrola, é conveniente revisar os conceitos de plano, políticas e metas. Para efeito das discussões pós-simulação, espera-se que cada equipe mantenha um registro das linhas básicas adotadas por sua firma e as modificações introduzidas no decorrer dos diversos períodos.
A taxa de retorno descontada (sobre o Patrimônio Líquido inicial) será calculada para cada equipe e usada como um critério objetivo de medir o desempenho. Este padrão objetivo, bem como outros, a critério do Coordenador, podem ser usados para avaliar o aproveitamento didático da equipe.
Uma das preocupações dos dirigentes da indústria simulada deve ser o de direcionar os investimentos produtivos de tal forma que reflitam positivamente no volume e custo de produção. Em seguida, adotarem uma estratégia comercial adequada , a fim de escoarem os seus produtos no mercado, gerando bons resultados financeiros, conforme é mostrado na figura a seguir:
Figura 2
Políticas empresariais
Avaliação do Desempenho
O desempenho empresarial será avaliado pela taxa de retorno r descontada sobre o patrimônio líquido inicial, a qual será calculada para cada equipe (empresa) e usada como uma avaliação objetiva do desempenho global dos participantes como administradores, de acordo com a expressão abaixo, exemplificada para o caso da simulação ser realizada em 3 anos:
onde:
r é a taxa de retorno descontada sobre o Patrimônio Líquido;
Dj são os dividendos pagos no trimestre j.
PL12é o valor econômico correspondente ao Patrimônio Líquido ao final do trimestre 12;
A taxa de retornor, trimestral, pode ser convertida em termos anuais por meio da expressão :
R = (1 +r)4
onde R é a taxa anual de retorno, descontada sobre o PL inicial.
A variação no Valor Econômico do Patrimônio Líquido, representando a agregação das variações dos ativos (isto é, caixa, estoques e imobilizações) mais os dividendos pagos (que podem ser compreendidos como parcelas dos lucros "já pagas") representam o retorno sobre o patrimônio liquido inicial, isto é, a variação bruta no valor da empresa decorrente do uso dos ativos. Os lucros são gerados a partir dos recursos da empresa, isto é, dos ativos com que ela conta no período inicial (período 0) .
Questões:
1) Como se caracteriza a da empresa simulada ?
2) Cite alguns fatores controláveis e não controláveis pela empresa, que sejam responsáveis pelo mercado potencial do produto.
3) Na empresa simulada, como se comportam os custos operacionais e os gastos com marketing, manutenção, P&D , em relação à variação da inflação?
4) Nesta simulação, como o mercado atacadista e varejista se comportam em relação ao preço do produto ?
5) Pode-se dizer que a empresa vencedora será aquela que conseguir o maior Patrimônio Líquido no final da simulação? Justifique.
6) O que é entendido por sazonalidade do produto e como se dá este processo neste tipo de indústria em uma situação real ?
7) Nesta simulação, o desempenho empresarial é avaliado pela taxa de retorno descontada sobre o patrimônio líquido inicial. Determine o valor desta taxa, a partir dos dados abaixo, os quais foram obtidos por uma determinada firma :
Patrimônio Líquido Inicial (trimestre Abr / Mai/ Jun) : R$ 10.700.000,00
Período |
1 |
2 |
3 |
4 |
5 |
6 |
7 |
8 |
Dividendos (em R$ mil) |
40 |
50 |
30 |
44
|
60 |
55 |
35 |
56 |
Patrimônio Líquido final (trimestre Abr / Mai/ Jun) : R$ 12.840.000,00
8) Cite as contribuições prestadas por cada relatório - inclusive a Gazeta Econômica - no processo de tomada das decisões.
9) Explique a importância da geração de caixa para uma empresa tanto na vida real como para esta simulação.
10)A geração de altos lucros é suficiente para garantir a sustentabilidade de uma empresa ? Explique
3. ELABORAÇÃO DO ORÇAMENTO
Todas as empresas necessitam realizar orçamentos operacionais, os quais consistem em uma maneira de antever as realizações futuras. Nesta simulação , a elaboração do orçamento operacional tem por objetivo geral possibilitar aos participantes tomarem decisões consistentes com os objetivos esperados. Neste sentido, torna-se deveras importante saber usar a Planilha de Apoio à Decisão (PAD) fornecida junto com este manual, o qual tem por objetivo facilitar a elaboração do orçamento operacional. Tal instrumento, a ser detalhadamente explicado no capítulo seguinte, consiste de uma planilha onde o participante informa as decisões juntamente com a sua percepção do ambiente macroeconômico futuro e a PAD gera os resultados financeiros correspondentes. Assim, os participantes podem refazer as suas previsões e decisões tantas vezes quanto necessário, uma vez que a planilha possibilitará prever os resultados da empresa caso as premissas se mostrem reais, constituindo-se em efetivo instrumento de apoio à decisão.
A realização do orçamento operacional traz ainda uma grande contribuição aos participantes do jogo de empresas : obriga-os a conhecerem detalhadamente a empresa simulada, com todos os seus processos e características. Logo, possibilita quantificar os resultados gerados a partir das decisões tomadas, o que conduz necessariamente ao aprofundamento do conhecimento da indústria simulada.
De uma forma geral, os objetivos do orçamento são o planejamento, a coordenação e o controle, concentrando esforços para:
Como é fácil de deduzir, uma eficiente elaboração orçamentária requer 2 tipos de informação :
O presente capítulo trata da primeira parte , isto é, como prever adequadamente as variáveis e parâmetros externos utilizados. No capítulo 5 serão apresentadas , detalhadamente, todas as relações quantitativas que representam os processos operacionais da empresa simulada.
A seguir, a descrição das variáveis e parâmetros que precisam ser considerados para uma eficiente utilização da Planilha de Apoio à Decisão (PAD).
Cenário Futuro
Desenvolver um cenário para o Jogo de Empresas consiste em estabelecer a previsão mais realista do ambiente macroeconômico para o próximo trimestre. Projetar cenários depende, além das variáveis sob o controle do decisor, de muitas outras que não são controláveis, impossíveis de predizer. Por isso, é preciso aprender com o passado, simular o futuro e procurar reduzir as chances por conta da improvisação.
Normalmente o primeiro passo no desenho de cenários é separar as variáveis sob as quais possuímos total controle (variáveis endógenas), daquelas para as quais não temos nenhuma influência, quais sejam, as denominadas variáveis exógenas.
A elaboração de cenários eficazes depende de uma série de fatores, dentre os quais a quantidade de informação disponível sobre o comportamento passado de determinados agentes sociais e processos, dos juízos de valor de cada um sobre o que pode acontecer, uma boa dose de “intuição cognitiva”, de sensibilidade e aprendizado etc. Assim, um cenário pode ser considerado como uma séria tentativa de se imaginar o futuro , objetivando viabilizar uma reação factível aos eventos indesejados, de modo a serem neutralizados ou transformados em oportunidades.
Para o presente caso, a previsão de cenário futuro requer estimar os seguintes valores :
Índice Geral de Preços (IGP) e Inflação
Os índices gerais de preços registram a inflação de preços desde matérias-primas agrícolas e industriais até bens e serviços finais. Examinando a inflação (ou deflação) de um ponto de vista mais amplo, cumpre considerar sua relação com a prosperidade ou recessão da economia. Provavelmente a maneira mais razoável de se tratar a questão seja a de considerá-la mais como efeito do que como causa, muito embora a experiência mostre que a inflação desenfreada e a deflação severa sempre aumentam a possibilidade de uma depressão econômica. Fazendo-se uma analogia, a febre pode ser apenas o sintoma de uma doença ,mas se ela torna-se muito elevada, pode constituir-se na causa imediata da morte do doente, em lugar da doença que a provocou.
A inflação moderada pode estimular o emprego e a produção nos períodos de subemprego dos recursos mas, se a concorrência das importações é agressiva e a taxa de câmbio fixa, ela pode estimular as importações e reduzir as exportações, afetando o emprego e a produção. O ponto para o qual se deve chamar a atenção é que a inflação/deflação é apenas um fator num sistema complexo como a economia nacional e não há forma de se fazer generalizações simples dos efeitos da inflação sobre o emprego e a produção, em termos nacionais.
Na vida real há estatísticas em quantidade a respeito da inflação que poderiam, eventualmente, ter uso nesta simulação. Porém, deve-se recordar ao participante que a sua tarefa é a de voltar-se para a gestão da empresa simulada, enfrentando as situações criadas por um ambiente imaginário mas absolutamente verossímil.
O Indice Geral de Preços do IBGE (IGP) começou a ser calculado em 1947, comparando preços do mês anterior com os do mês corrente, coletados em 18 capitais. Há três grupos de preços : os de produtos no atacado, baseado numa amostragem de cerca de 500 mercadorias, com 60 por cento de peso no índice final, os de preços ao consumidor, com base nas compras de famílias com renda de
No presente jogo empresarial , o Índice Geral de Preços (IGP) trimestral é obtido a partir do índice de inflação anual, podendo ser estimado pela expressão:
Onde R é a inflação anual prevista no jornal do trimestre anterior.
Índice de Atividade Econômica (IAE)
O Índice de Atividade Econômica (IAE) consiste em um indicador de crescimento/decrescimento trimestral da economia como um todo. Representa um nível de desempenho econômico global, sinalizando crescimento ou decrescimento no período. Tal parâmetro reflete o comportamento do mercado em relação à demanda para bens e serviços.
Um aumento de 10 pontos neste índice de atividade econômica, por exemplo, indica que o mercado no qual as empresas fazem parte, deverá crescer 10%. Considerando a ausência de variações significativas nas demais variáveis correlacionadas com o mercado, neste caso a demanda total pelo produto também deverá crescer em torno de 10%. Este índice deverá ser comparado com o trimestre anterior. Valores abaixo de 100 indicam decréscimo da atividade econômica, enquanto que valores maiores que 100 sinalizam crescimento.
O IAE para o primeiro trimestre deverá ser estimado a partir da previsão de crescimento econômico apresentado no jornal Gazeta Econômica. É estimado pela expressão:
Onde g é a taxa prevista de crescimento/decrescimento indicado na Gazeta Econômica.
Índice de Variação Sazonal (IVS)
Consiste em um indicador de crescimento/decrescimento ocasional, especifico para um trimestre em particular . Também é conhecido por índice estacional, uma vez que se refere apenas a determinados períodos do ano. Por exemplo, as fábricas de chocolates têm sazonalidade bastante evidente nos meses de março/abril (devido à Páscoa) e em dezembro (época de Natal e Reveillon).
A sazonalidade do produto é determinada pela elevação ou queda da sua demanda em determinado período do ano. Para o Jogo de Empresas específico, no quarto trimestre de cada ano (períodos 4, 8 e 12) a demanda total tende a aumentar se forem mantidas todas as condições que influenciam na demanda. Este percentual pode ser superior ou inferior, dependendo da política geral do setor em relação a preço, além do índice de crescimento da economia como um todo. O efeito da sazonalidade é restrito ao último período de cada ano, retornando ao seu nível normal quando este período termina.
É previsto pela expressão:
Onde v é a taxa prevista de crescimento/decrescimento indicado na Gazeta Econômica.
Os índices de crescimento IAE e IVS são úteis para estimar a demanda total a partir do resultado anterior.
Mercado
Envolve a estimativa do perfil da concorrência. Compõe-se das variáveis:
a) Preço médio do mercado – é uma estimativa da média de preço a ser praticada no próximo trimestre por todos os concorrentes;
b) Quantidade vendida por todas as empresas – trata-se da estimativa de quanto será vendido pelo conjunto das empresas participantes da simulação. Baseia-se principalmente no preço médio praticado, investimento em marketing realizado e do cenário macroeconômico para o período, conforme representado pelos fatores abaixo:
c) Demanda criada pela empresa - trata-se de uma estimativa da quantidade de produtos que o mercado demandará à empresa no próximo trimestre. Consiste, portanto, da previsão da fatia de mercado gerada pela firma
d) Vendas realizadas pela empresa – consiste na previsão da quantidade efetivamente vendida. Alguns dos motivos pelos quais as vendas podem diferir da demanda gerada são:
A relação entre mercado e vendas, tanto da indústria como da firma individual encontra-se representada a seguir:
Figura 3
Relação entre a indústria total e as empresas
A fim de alcançar uma posição favorável no mercado, a empresa deve procurar compatibilizar o processo de criação da demanda com a sua disponibilidade de produtos. De fato, ao criar uma demanda superior à sua capacidade de atendimento, a firma está incorrendo em maiores custos – uma vez que poderia operar com preços maiores e/ou despesas menores – além de estar repassando clientes para os concorrentes. Por sua vez, ao criar demanda inferior à disponibilidade de produtos, a empresa não está utilizando plenamente os seus custos fixos, incorrendo em custos de estocagens e, principalmente, perdendo mercado para os concorrentes.
Alcançar a sensibilidade entre mercado e produção é um dos objetivos deste Jogo de Empresas.
Custos
A elaboração do orçamento exige ainda a estimativa dos custos unitários envolvidos na produção: aquele referente à mão-de-obra direta e o correspondente à matéria prima.
Decisões
A completa elaboração do orçamento operacional para o próximo trimestre exige ainda que o participante estabeleça quais decisões tomará para as variáveis relacionadas ao mercado e à empresa. Isto exige o estabelecimento “a priori” de uma estratégia empresarial que compreende, basicamente , as áreas comercial e produtiva da empresa. Assim, o participante deve traçar uma estratégia de médio prazo – por exemplo, trabalhar com menores preços e maior rotatividade ou atingir uma menor fatia de mercado, mas com alta lucratividade – e fazer mudanças de rumo à medida que a simulação se desenvolver. A importância de se ter um plano inicial de ação é evitar que a empresa passe a maior parte do tempo dependente das decisões dos concorrentes e se posicione de forma defensiva ao longo da simulação.
As variáveis a seguir representam as decisões empresariais que devem ser tomadas pelos participantes para o próximo trimestre. Tais valores irão interagir com as previsões realizadas acima, a fim de gerar os resultados completos da empresa.
A limitação acima significa dizer que a fábrica não pode produzir mais do que os estoques de matéria-prima o permitem e nem mais do que a capacidade instalada possibilita, ainda que operando em regime de horas-extras. Deve ser lembrado que as compras tanto de matéria-prima quanto de novos equipamentos para um dado trimestre somente estarão disponíveis para uso na produção, no período seguinte. Deve ser observado que ao fazer uso da Planilha de Apoio à Decisão (PAD) , as restrições existentes na simulação serão automaticamente mostradas no caso do usuário ultrapassar algum dos limites.
Como pode ser depreendido, ao tempo em que o participante estima a posição da empresa no trimestre seguinte mediante a elaboração do orçamento operacional , também passa a analisar previamente a viabilidade das decisões tomadas.
Para a simulação empresarial aqui realizada, o orçamento de resultado é operacionalizado através da Planilha de Apoio à Decisão (PAD) , que contem todas as relações entre os parâmetros e variáveis da simulação, com exceção da geração da demanda, uma vez que a habilidade de realizar tal previsão deve ser adquirida pelos participantes ao longo do exercício.
Os campos a serem preenchidos encontram-se desprotegidos e inseridos em fundos coloridos. Ao preencher os campos designados, a PAD apresentará na planilha Resultados , os valores contábeis e financeiros gerados pelas decisões e previsões realizadas. O usuário deverá analisar os resultados, verificar a sua viabilidade dentro do contexto empresarial e, se for o caso, rever previsões e/ou decisões tomadas. Á medida que os campos forem sendo preenchidos, poderão aparecer avisos no caso de algum limite ser ultrapassado. Por sua vez, alguns campos importantes também serão apresentados, tais como a previsão da capacidade produtiva para o trimestre seguinte, estoque final de produtos acabados e restrições de produção.